O 2º Curso Interinstitucional de Formação de Formadores: ENM-França/Enamat/CEJ-CJF, realizado no Rio de Janeiro, de 26 a 30 de agosto, cumpriu seu objetivo de ajudar os magistrados brasileiros a definir os objetivos pedagógicos e de formação, com a utilização de métodos ativos mais adequados à formação profissional do que os métodos expositivos normalmente utilizados, segundo a professora francesa Anne Marie Morice.

Ela e a professora Catherine Grosjean foram responsáveis pela formação dos 24 participantes do curso. A professora Anne assinalou que os alunos aderiram totalmente ao trabalho proposto. “Eles adquiriram as habilidades necessárias para que possam, em suas escolas respectivas, colocar em prática essas capacidades recém-adquiridas e que se transformarão em competências no ambiente de trabalho, com a finalidade de aperfeiçoar a formação dos magistrados brasileiros”.

De acordo com Anne Marie, uma semana de formação não é muito, mas significa uma primeira etapa: “É necessário que, em seguida, esses magistrados recém-formados experimentem, com o apoio de suas escolas, colocar em prática esse tipo de formação que aprenderam aqui”, disse ela.

A professora francesa vislumbra um novo encontro, com esse grupo de participantes, em no máximo um ano, para que possa haver a troca de experiências sobre a formação.  “Na França, dizemos que é preciso evitar que o suflê murche. Ou seja, as pessoas terminaram uma formação e estão com vontade de colocar em prática o que aprenderam. É preciso que as escolas encontrem maneiras de fazer com que os magistrados utilizem suas competências adquiridas, seja pela troca de experiência entre eles, seja por outras ações de formação mais curtas, pra manter essa dinâmica.”

O curso possibilitou aos alunos aprender a diferenciar engenharia de gestão, engenharia de formação e engenharia pedagógica; definir as competências esperadas do magistrado a partir de situações profissionais; conceber objetivos de formação e objetivos pedagógicos; identificar os componentes de uma ação de formação; diferenciar os métodos pedagógicos e a sua relação com as teorias da aprendizagem; diferenciar a avaliação das pessoas e a avaliação dos dispositivos e identificar os métodos de avaliação de um dispositivo de formação.

Os alunos aprenderam, ainda, a elaborar uma ficha técnica de formação, tendo em conta todos os componentes de uma ação de formação, e a criar um plano de formação. As aulas foram enriquecidas com estudos de casos e simulação.

  • Opinião dos alunos

Para os alunos que participaram do CFF, o curso teve um caráter inovador e enriquecedor. Os pontos altos apontados foram a possibilidade de congraçamento entre a Justiça Federal e a Justiça do Trabalho, além de abrir um novo mundo de possibilidades de formas de ensino, fora do método tradicional.

Um dos alunos disse que o curso destacou bem a importância da profissionalização do formador: “Não basta ser juiz para ensinar”. Segundo ele, sem a profissionalização dos formadores não tem como avançar na melhoria da formação dos magistrados brasileiros.

O curso está em sua segunda versão, e foi dirigido a juízes que atuam como formadores nas escolas da magistratura e juízes ou técnicos que trabalham como organizadores de formação. As aulas foram traduzidas simultaneamente do francês para o português.

Cláudia Valente

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