Na tarde do segundo dia do Curso de Formação de Formadores para Gestores de Escolas Judiciais, foi realizada uma mesa-redonda para debater questões específicas de educação a distância (EAD), com enfoque na análise da engenharia de gestão de EAD para a formação profissional de magistrados do trabalho. Os participantes puderam discutir temas como desafios da execução de EAD nas Escolas Judiciais, planejamento e execução de cursos a distância e ferramentas de EAD e a plataforma Moodle.
Coordenada pelo Desembargador Alexandre Teixeira de Freitas Bastos Cunha, Diretor da Escola Judicial da 1ª Região e Conselheiro da ENAMAT, a mesa-redonda contou com a participação, como expositores, do Desembargador Amaury Rodrigues Pinto Junior, Diretor da Escola Judicial da 24a Região, da Desembargadora Jucirema Maria Godinho Gonçalves, Vice-Diretora da Escola Judicial da 2a Região, de André Cordeiro, assessor da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho(CGJT), e de José Erigleidson da Silva, coordenador de EAD da Escola Judicial da 2a Região.
Ao abrir a mesa de debates, o Desembargador Alexandre Bastos Cunha falou sobre o novo contexto em que estão inseridos os magistrados. “Hoje, a sociedade cobra do juiz uma resposta crítica sobre vários assuntos, que caracteriza a demanda da sociedade, e o magistrado tem de saber lidar com essas cobranças”, afirmou. O coordenador destacou, ainda, o papel da Enamat de apresentar as diretrizes básicas da magistratura e introduziu o tema a ser abordado, ressaltando que a educação a distância se insere nas várias ferramentas do saber.
A Desembargadora Jucirema Gonçalves tratou dos desafios da execução de EAD nas Escolas Judiciais, situando a gestão administrativa no âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho. Ela propôs desmistificar a ideia de EAD, apontou a realidade virtual hoje existente e ressaltou que, apesar da resistência à mudança de muitas pessoas, a EAD traz várias vantagens, como contribuir de modo efetivo para o aperfeiçoamento de seus participantes, ser uma ótima ferramenta para disseminar conhecimento e possibilitar a troca de experiências, e, principalmente, permitir a flexibilidade de horários, pois cada usuário pode adotar o horário que lhe for mais conveniente. A Desembargadora salientou que a EAD se mostra uma ferramenta bastante útil e é a mais adequada para as Escolas Judiciais.
Suscitando também o tema relacionado aos desafios da execução de EAD, o Desembargador Amaury Rodrigues deu ênfase às dificuldades para a implantação dessa modalidade de educação nas Escolas Judiciais. Em suas palavras, “a educação a distância é uma ferramenta que a Enamat elegeu como prioridade para que os juízes utilizem na aprendizagem”. Como dificuldade, realçou questão vinculada à administração dos Tribunais Regionais, destacando que, sendo único o orçamento do TRT, é preciso haver na peça orçamentária a previsão de recursos para o cumprimento das metas das Escolas, quando propôs uma destinação orçamentária própria. Ele afirmou ser importante que as Escolas Judiciais ganhem espaço institucional junto aos TRTs e que as ações para alcançar esse objetivo devem ser de origem interna, da própria Escola Judicial, que deve dialogar e discutir suas necessidades com persistência, e de origem externa, por meio do TST e da Enamat.
O assessor da CGJT André Cordeiro enfocou o planejamento e a execução de cursos a distância. Iniciou sua exposição dizendo que a EAD constitui uma importante estratégia para a formação dos magistrados e, em seguida, expôs sua experiência com a implementação de cursos de EAD na Enamat em 2010. Assinalou a questão da interação do aluno com o grupo e com o professor, proporcionada pela educação a distância, e abordou aspectos do planejamento de EAD e o uso da ferramenta Moodle. Ao final, disse ser necessário que a Escola Judicial procure identificar as diferenças regionais e as competências necessárias à sua adequação a essas diferenças, para, assim, fazer seu planejamento.
José Erigleidson da Silva, abordando o tema As ferramentas de EAD e a plataforma Moodle, disse que “estamos vivendo o maior espírito do tempo com relação à educação a distância na Justiça do Trabalho”, entendido espírito do tempo ou da época como o conjunto de conhecimentos acumulados, que se apresenta em um dado momento da história. Conforme explicou, o tutor de cursos de EAD deve ter, além das competências pedagógica, técnica e gerencial, a competência social, que é de fundamental importância, uma vez que permite a aprendizagem colaborativa. O coordenador de EAD da Escola Judicial da 2ª Região abordou diversas questões sobre tecnologia educacional e educação a distância, como teorias de aprendizagem, objetivos de aprendizagem, tipos de comunicação, ambiente virtual de aprendizagem e ferramenta Moodle.
As exposições geraram intenso debate no final da aula, tendo os gestores focalizados tópicos ligados à realidade das Escolas Judiciais para a implantação da educação a distância.