O ritmo e a linguagem são as principais dificuldades encontradas pelos jornalistas na cobertura das atividades do Judiciário. A avaliação é da jornalista Cristiana Lôbo, que fez a palestra de abertura do 2º Curso de Formação Continuada em Administração de Tribunais do Trabalho – Comunicação e Relacionamento com a Mídia. O curso, realizado na segunda-feira (6) pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, reuniu 42 desembargadores, ocupantes de cargos de direção dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho do País.
Cristiana, com mais de 25 anos de experiência em jornalismo político, observou que o Judiciário hoje faz parte da vida do cidadão, daí o interesse crescente em suas decisões. Acontece, porém, que a Justiça tem um “tempo” diferente do dos jornais, revistas e, sobretudo, da mídia online, cuja demanda por informação é muito mais imediata. “Nesse aspecto, juízes e jornalistas terão sempre um embate, mas, na verdade, o trabalho dos dois é voltado para o interesse público”, afirmou. O confronto, portanto, é bastante pontual e tem a ver com a cultura própria de cada atividade.
O outro ponto ressaltado pela jornalista é a dificuldade que os jornalistas – e a sociedade em geral – têm de entender a linguagem específica dos trâmites e decisões judiciais. “Aqui, o membro do Judiciário pode facilitar as coisas ao explicar, de maneira simples, do que trata a decisão”, sugeriu.
A programação do curso teve por objetivo fornecer aos integrantes da administração de Tribunais Regionais informações e técnicas que facilitem o relacionamento de seus órgãos com os veículos de comunicação. Profissionais da área apresentaram, em diversos painéis, várias nuances da atividade de comunicação social, desde a necessidade de divulgar as decisões judiciais de maior interesse público à experiência prática de como agir diante das câmeras.
(Carmem Feijó)