O objetivo do evento é alinhar a área de pesquisa judiciária com temas sobre trabalho e regulação.

Foto da mesa do evento com três mulheres. A mesa está ornamentada com um adesivo do evento.

A Secretaria de Pesquisa Judiciária e Ciência de Dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT), está promovendo, de 19 a 21 de agosto, o 2º Congresso de Pesquisa Judiciária, Estatística e Ciência de Dados da Justiça do Trabalho.

Instrumento civilizatório

Na abertura do evento, que está sendo realizado no TST, em Brasília, o presidente do TST e do CSJT, ministro Lelio Bentes Corrêa, destacou a importância da pesquisa judiciária e a ciência de dados para a tomada de decisões baseada em evidências.

“Isso demonstra a importância do Direito do Trabalho, não apenas como instrumento civilizatório, mas reforçando perante a sociedade que nossa atuação, tanto no âmbito da prestação jurisdicional como da gestão administrativa, não decorre de posicionamentos pessoais ou achismos infundados”, observou.

Confira mais fotos do evento no Flickr do CSJT.

Construção coletiva do saber

A coordenadora nacional do Comitê de Governança de Gestão de Pesquisa Judiciária e Ciência de Dados da Justiça do Trabalho, ministra Kátia Magalhães Arruda, reforçou que o evento se consolida como espaço essencial para o diálogo e a construção coletiva do saber com pessoas  comprometidas e engajadas  em fortalecer e aprimorar a atuação da  justiça trabalhista.

“Precisamos reafirmar o nosso compromisso com a justiça, fundamentando nossas ações em dados concretos e em pesquisas científicas rigorosas”, disse. “A produção de conhecimento é uma ferramenta poderosa de resistência e também de fortalecimento institucional”, completou.

Renovação intelectual

O diretor da ENAMAT, ministro Maurício Godinho Delgado, ressaltou o quanto a escola tem investido em pesquisas científicas e os avanços alcançados. “São esses estudos científicos e suas reflexões que vão nos permitir, efetivamente, renovar a nossa interpretação intelectual e, ao mesmo tempo, realizar como um fato cotidiano da vida a tarefa da justiça social”, resumiu.

Equilíbrio e transparência

A conferência de abertura foi promovida pelo professor Simon Deakin, da Universidade de Cambridge (Reino Unido), com o tema “Acesso à Justiça e Desregulação do Trabalho na Era Digital”. O acadêmico destacou a importância de garantir que os algoritmos usados no Direito sejam transparentes e responsáveis, mas adverte que o uso excessivo pode vir a desumanizar o processo judicial.

“É preciso achar um equilíbrio entre a automação e a preservação do julgamento humano, para que a justiça seja administrada de maneira justa, equitativa e transparente”, disse.

Livro

Além da palestra do professor Simon Deakin, ao longo do dia foram apresentados  resultados de pesquisas em curso, oferecendo uma visão abrangente das tendências e inovações na área, além do lançado o livro “Justiça, Trabalho e transformação social: temas e agendas de pesquisa”, que conta com trabalhos apresentados no congresso do ano passado e artigos selecionados em edital específico. A obra compõe a coleção de estudos da ENAMAT.

Foto posada dos ministros Lelio, Godinho e ministra Katia (ao centro) segurando uma versão do livro.

O livro é a 10ª obra da Coleção de Estudos da ENAMAT.

Programação

Nos dois dias e meio, a programação conta com atividades que vão desde grupos temáticos e conferências de destaque. Na segunda-feira (19), os participantes dividiram-se entre duas sessões simultâneas de Grupos Temáticos.

O primeiro grupo discutiu “Pesquisa Empírica na/sobre a Justiça do Trabalho: Dimensões e desafios em uma sociedade em profundas transformações”, enquanto o segundo abordou “Análise de Dados: técnicas e ferramentas voltadas à boa governança de dados”.

O Congresso continua nesta quarta-feira (21), na Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 10º Região (DF/TO), onde haverá uma plenária dos integrantes da Rede de Pesquisas Judiciárias do Segmento Justiça do Trabalho e oficinas sobre estatística, ciência de dados e pesquisa, proporcionando aos participantes a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos.

Confira como foi a transmissão do evento nesta terça-feira

(Andrea Magalhães/AJ)