A presidente do STF e do CNJ construiu sua carreira na magistratura trabalhista a partir de 1976 e integrou o TST de 2006 a 2011.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) e a Escola Nacional de Formação de Magistrados do Trabalho (Enamat) homenagearam, nesta terça-feira (19), a ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Valores e história
Na abertura da sessão ordinária do CNJ, os ministros Lelio Bentes Corrêa, presidente do TST, Mauricio Godinho Delgado, diretor da Enamat e Vieira de Mello Filho, conselheiro do CNJ, ressaltaram os valores e a história que a ministra, magistrada de carreira oriunda da Justiça do Trabalho, deixa como legado da sua atuação nas cortes superiores do país, como TST, TSE e STF.
A presidente do STF construiu sua carreira na magistratura a partir de 1976, como juíza do trabalho substituta no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), do qual foi corregedora e presidente. Em 2006, foi nomeada para o TST e, desde dezembro de 2011, integra a mais alta corte do País, o STF.
Firme e serena
O presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Lelio Bentes Corrêa, ressaltou a postura da ministra após os atentados contra os prédios dos Três Poderes da República, no último 8 de janeiro. “Uma condução firme e serena do Poder Judiciário em face dos inomináveis ataques à democracia brasileira”, afirmou. Ele também destacou o empenho da ministra nas questões sociais e ambientais e de igualdade racial e de gênero.
Humanismo
O ministro Mauricio Godinho Delgado registrou a admiração de magistradas e magistrados brasileiros, intelectuais e juristas pelo trabalho e pela dedicação obstinada da terceira mulher e primeira magistrada de carreira a exercer o cargo de presidente do STF. “A ministra encontra, na defesa dos direitos fundamentais, da democracia e da cidadania, o eixo axiológico de sua irretocável conduta ética e profissional”, assinalou.
Visão real
O ministro Vieira de Mello Filho recordou o empenho de Rosa Weber em nome da igualdade racial e das questões humanistas. “Fui testemunha da sua dedicação”, ressaltou, citando visitas a aldeias indígenas, comunidades quilombolas e presídios, quando a ministra buscou o contato direto com detentos e detentas. “Era a busca de uma visão real, com os pés e a cabeça no lugar onde as pessoas estavam custodiadas.”
Emoção e gratidão
Ao agradecer a homenagem, Rosa Weber manifestou emoção e gratidão. “A gente continua sempre morando na casa onde nasceu, e eu nasci na Justiça do Trabalho e vou trazê-la sempre comigo”, disse, ao creditar os elogios à relação afetuosa que mantém com os integrantes do TST. “A amizade, quando é tão cara, tão profunda, gera suspeição, e o que foi dito aqui hoje decorre de suspeição que é resultado dessa amizade, tão verdadeira e tão profunda”.
Livro
A homenagem foi feita durante o lançamento do livro “Trabalho e Restrição de Liberdade: Fronteiras Entre a Restauração da Dignidade e a Exploração da Indignidade”, obra coletiva que contou com a participação e a coordenação de três conselheiros do CNJ: Vieira de Mello Filho, Mauro Martins e Richard Pae Kim. A publicação é uma iniciativa da Enamat.
(Com informações da Agência CNJ)