Evento contou com falas de ministro do TST e magistrados do Trabalho da 2ª e 18ª Região

10230_ejud8_realiza_ciclo_de_palestras

A Escola Judicial da 8ª Região organizou, na tarde de 06 de outubro, mais uma edição do evento “Palestras EJUD8”. O evento contou com a presença de diversos magistrados e servidores do TRT8 e ocorreu de forma telepresencial, via Plataforma Google Meet. Os palestrantes da tarde foram o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Cláudio Mascarenhas Brandão, com a palestra “Efetividade da Execução na Atualidade”; o juiz do Trabalho da 18ª Região, Rafael Vitor de Macedo Guimarães, com a palestra “Desvendando a  blindagem patrimonial”; além do juiz do Trabalho da 2ª Região, Richard Wilson Jamberg com a palestra “O uso das ferramentas eletrônicas para a efetividade da execução”.

Efetividade da Execução

Em sua fala, o ministro Cláudio Brandão homenageou o ministro Walmir Oliveira da Costa, falecido neste ano devido o Covid-19. Em seguida ressaltou a importância do resultado prático e efetivo das execuções de processos, resolvendo integralmente estes litígios. Ele também lembrou dos princípios dos magistrados na execução trabalhista, entre eles o privilégio do credor (devedor) nestes processos, ou seja, o dever de não acarretar prejuízos aos beneficiados por compensações.

O palestrante também colocou algumas situações atípicas nas execuções, que podem ser vividas pelos juízes, como as fraudes às penas da Justiça do Trabalho, a ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro, entre outras. Neste caso, o juiz pode emitir diversas mensagens coercitivas ao mesmo tempo, para que o resultado seja alcançado em tempo suficiente. Segundo o ministro, “o juiz precisa sempre agir com coragem, sempre fundamentadamente, ainda que seja uma medida atípica, mas necessita sempre ser cautelosa”.

Após a fala do ministro, o desembargador Walter Paro, diretor da EJUD8, lembrou aos presentes acerca do curso de Provas Digitais, oferecido pela Escola e que tem uma atenção especial nos exercícios de execuções

Blindagem Patrimonial

O juiz Rafael Guimarães, após contextualizar sua experiência, explicou o conceito de “blindagem patrimonial”, tema de sua fala. Ele é o mecanismo que tem por objetivo proteger, juridicamente, o patrimônio pessoal dos empresários, sócios ou investidores de possíveis penas causadas por disputas jurídicas. De acordo com o palestrante, a prática, em muitos casos, vai de encontro com o princípio da responsabilidade patrimonial, que visa a declaração de bens de empresas e é feito de forma preventiva, ou seja, antes mesmo das ações trabalhistas ocorrerem.

pasted image 0

Ele também sinalizou indícios em que os devedores podem ser possíveis blindadores, citando por exemplo “o pagamento de dívidas não vencidas, a prática de atos a título gratuito e a renúncia às heranças ou legados em até 2 anos antes da falência da empresa”. O ato de blindagem é encaixado em sete atos ilícitos previstos na Legislação. A maneira de se desconstruir uma blindagem ou uma simulação é o Artigo 167 do Código Civil, que identifica os casos de simulação absoluta.

Plataformas eletrônicas

A última fala foi a do juiz do Trabalho Richard Jamberg, da 2ª Região, complementando a palestra anterior e indicando meios de localizar bens, fraudulentos ou não, dos devedores por meio de plataformas eletrônicas e utilizando fundamentos da legislação brasileira. Ele citou artigos do Código Processual Civil e todas as ferramentas disponíveis para uso em cada etapa da pesquisa patrimonial, entre elas o SISBAJUD, sistema com amplo alcance de localização de ativos financeiros; o CNIB, que localiza bens imóveis em todo o território Nacional; e o INFOJUD, que identifica bens, direitos e valores do devedor. O SIMBA é utilizado na última etapa, pois, de acordo com o Magistrado, ele “detalha toda a movimentação financeira com o devedor”.

Min Claudio Brandão

Por fim, o diretor da EJUD destacou em suas palavras finais que “a EJUD é uma escola feita por todos e para todos os magistrados. Portanto, todas as participações, sugestões de palestrantes e outras ações são bem vindas”, pontuou.