Promovida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, a capacitação teve 40 horas-aula e contou com uma turma de 112 magistrados.
O 2º Curso de Conciliação e Mediação para magistrado supervisor e coordenador dos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejuscs) na Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus chegou ao fim, nesta sexta-feira (27), com aulas sobre gestão de processos e relacionamento com os meios de comunicação. Promovida pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, a capacitação teve 40 horas-aula e contou com uma turma de 112 magistrados.
Gestão de processos
Na continuação da aula promovida nesta quinta-feira (27), a juíza do trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) Amanda Barbosa destacou a importância da aplicação de uma gestão de processos às atividades desenvolvidas nos Cejucs. “Não estamos falando de processos judiciais, mas de processos enquanto métodos de transformações de entradas/insumos em saídas/produtos”, esclareceu.
Para a magistrada, a modulação de processos gera benefícios para os usuários e para a equipe, com benefícios de eliminação de perdas, agilidade, estabelecimento de rotinas claras, entre outras coisas. “A eficácia do Cejusc deve ser no sentido de otimizar os processos internos para poder atender um maior número de demandas, sempre crescente, e atender com qualidade”, declarou. “Precisamos ter em mente que a atuação do Cejusc não é legitimada apenas pelo acordo realizado, mas também em como as partes foram atendidas, como o procedimento foi conduzido, etc. Independente das pautas encerrarem em acordo ou não, a conduta deve ser a mesma – com um bom semblante, agradecimentos aos esforços empreendidos, e sempre deixar uma semente plantada para a autocomposição”, concluiu.
Política de conciliação
A desembargadora do trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) Maria Inês Corrêa de Cerqueira César Targa ainda lembrou que os Cejuscs aplicam uma política pública destinada a resolver conflitos por qualquer meio que isso seja possível. “Conciliação, mediação, arbitragem, negociação e, inclusive, a prolação de sentença, quando este for o caminho adequado. Todos esses caminhos fazem parte de uma política pública destinada a efetivar o princípio da celeridade processual”, salientou.
A desembargadora defendeu a atuação do Cejusc em casos mais direcionados, de conflitos coletivos e ações públicas, incentivou uma cooperação recíproca entre Varas do Trabalho e Centros de Conciliação, citou exemplos de grandes conciliações e, ainda, ressaltou a importância de eventos como a Semana da Conciliação e Execução. “Mais relevante do que impor para o público a participação, sinto que precisamos de engajamento de pessoas dentro do próprio Judiciário e a possibilidade de discutir a cultura da paz com um número maior de servidores”, afirmou.
Relacionamento com os meios de comunicação
Na última palestra do dia, a secretária de comunicação social do Tribunal Superior do Trabalho, jornalista Taciana Giesel Cuadros, destacou que o Judiciário é um ótimo fornecedor de pautas para a imprensa, principalmente na área de conciliação. “Jornalistas gostam de decisões que impactam a vida em sociedade. O papel da conciliação, por exemplo, como solução pacífica de processos por meio de acordos e da empatia, é muito bem visto pela mídia”, disse. “Nosso objetivo é divulgar as boas práticas do Judiciário para a sociedade”, completou.
A secretaria de comunicação, porém, também ressaltou sobre a necessidade do cuidado com possíveis deslizes e reforçou o papel estratégico da assessoria de imprensa dos tribunais. “Tudo vira notícia, seja de forma positiva ou negativa. A conduta de um juiz, uma extrapolação que seja, interfere na imagem da instituição. A imagem do julgador está diretamente ligada ao Judiciário”, alertou.
Por fim, a jornalista passou dicas para entrevistas e exemplos práticos de situações de gestão de crises.
(Vinícius Cardoso/AJ)