Ferramentas telepresenciais aplicadas na negociação de conflitos trabalhistas também foi abordado no curso da Enamat
A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (ENAMAT) está promovendo, de 7 a 18 de junho, o 1º Curso de Conciliação e Mediação para magistrado supervisor e coordenador dos Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejuscs) na Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus. Nesta quarta-feira (16), os participantes aperfeiçoaram conhecimentos sobre ética aplicada ao tratamento adequado de conflitos trabalhistas com o ministro do Tribunal Superior do Trabalho Ives Gandra da Silva Martins Filho.
Na aula “Ética aplicada ao tratamento adequado de conflitos trabalhistas. Tensões na prática”, o ministro fez uma introdução sobre o tema, falou sobre a ética das virtudes como base da ética judicial, analisou quais são as virtudes judiciais que o magistrado deve adquirir e exercer, além de abordar sobre as virtudes do juiz conciliador. “Não só sermos tecnicamente bons, mas também eticamente bons. Isso significa unir a capacidade do conhecimento técnico com as virtudes morais”, comenta.
O ministro também enfatizou sobre o ideal formativo da Enamat, destacando excelência técnica com excelência ética. Para o magistrado, os ideais de formação de qualquer escola da magistratura é saber conjugar os saberes da justiça, que são a competência técnica, conhecer a arte de julgar, a destreza prática e a conduta ética, que são as condutas e virtudes que serão adquiridas, exercitadas e incorporadas ao modo de ser do magistrado. “Tem que chegar um momento na nossa vida que essas virtudes judiciais estão incorporadas de tal modo no nosso modo ser e de julgar que já é conatural. É uma segunda natureza”.
Ferramentas telepresenciais
Outro tema abordado durante o curso foi ferramentas telepresenciais aplicadas na negociação de conflitos trabalhistas. A exposição do tema ficou a cargo da juíza Déa Marisa Brandão Cubel Yule, do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (MS), e do juiz Ney Stany Morais Maranhão, do TRT da 8ª Região (PA/AP).
A magistrada apresentou todas as ferramentas telepresenciais usadas durante a pandemia e explicou que audiências por videoconferência ocorrem somente quando for possível a participação. “Deve considerar, ainda, as dificuldades de intimação de partes e testemunhas, e que é vedada a atribuição de responsabilidade aos advogados em providenciarem comparecimento de partes e testemunhas em qualquer localidade para participação em atos virtuais”.
Já o juiz Ney Stany Morais Maranhão repassou para os alunos as experiências locais, institucionais e pessoais de soluções de conflitos com o uso de ferramentas telepresenciais sobre negociações por conversas e grupos de WhatsApp. O juiz abordou também sobre a importância de negociações de forma síncrona (audiência) e assíncrona (Whatsapp). “Eu tenho percebido o potencial dos recursos tecnológicos e eu tenho muitos relatos de avanços em negociações. Eu sinto que se nós formos para um ambiente síncrono anda e, assim, tem acontecido”, disse.
(Nathália Valente/AJ)