Detalhes do levantamento foram aperfeiçoados
Mais um passo para o início dos trabalhos de pesquisa em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foi dado nesta terça-feira (26) com a 4ª Reunião do Comitê Científico de Assessoramento à Pesquisa da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat).
Segundo o diretor da Enamat, ministro Vieira de Mello Filho, a reunião foi importante para aperfeiçoar as linhas de pesquisa diante da realidade brasileira a fim de captar o impacto dos cursos oferecidos pelas escolas judiciais na formação de magistrados do trabalho. “Estamos aperfeiçoando as linhas de trabalho que já estavam definidas, mas foi necessário fazer um aprofundamento dessas linhas de atuação dos pesquisadores de campo que vão conversar com os juízes” destacou.
Ainda de acordo com o ministro, as dificuldades da pesquisa quantitativa são maiores, pois é necessário formular cuidadosamente as perguntas que serão feitas e as formas de abordagem do público-alvo (no caso, magistrados de primeiro grau e desembargadores, se houver necessidade).
Comitê
Além de cinco juízes do trabalho (dos Tribunais Regionais do Trabalho da 1ª, 6ª, 9ª, 21ª e 23ª Região), o comitê científico é formado por dois professores universitários que trarão suas experiências em pesquisa de campo para aprimorar o trabalho a ser desenvolvido pelo IPEA.
Para a professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ângela Maria de Castro Gomes, a intenção dela é colaborar com seus mais de 40 anos de experiência na área. “Sou historiadora e pesquisadora de história social do trabalho e procuro trazer uma perspectiva e uma ótica do trabalho para colaborar com o traçado da pesquisa que será realizada pelo IPEA”, destacou.
O professor José Vieira de Souza, da Universidade de Brasília (UnB), contribuirá com a sua experiência em avaliação institucional com foco na avaliação de políticas públicas. Ele destaca a importância do uso, pela Enamat, dos resultados da pesquisa. “Existe uma preocupação de discutir esses processos seletivos e de formação dos juízes, mas também de usar os resultados em médio e longo prazo como instrumentos de gestão”, assinalou.
Esfera internacional
O diretor da Enamat destacou ainda, ao final da reunião, a intenção de expandir a pesquisa para a esfera internacional. “É possível que a Enamat por meio do IPEA, faça convênios com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e este abra o acesso à pesquisa de questões trabalhistas fora do Brasil. Isso pode ser muito importante para nós neste momento”, enfatizou.
Pesquisa
A pesquisa a ser realizada pelo IPEA será dividida em duas linhas de trabalho. A primeira abrange a seleção, a formação e a avaliação da magistratura do trabalho, com a coleta de dados socioeconômicos e sobre a formação e a capacitação dos juízes. A segunda linha diz respeito aos direitos sociais e à gestão judiciária da Justiça do Trabalho.
A expectativa é que os primeiros resultados sejam conhecidos em nove meses. A intenção da Enamat é usar esses dados para reformular e adaptar os currículos dos cursos de formação inicial e continuada dos magistrados da Justiça do Trabalho.
(Juliane Sacerdote/CF)