Um dos temas abordados no Seminário Sobre Acidente do Trabalho e Saúde Ocupacional, promovido pela Emat-18, foi a perda auditiva induzida por ruÃdo (PAIR). A palestra foi proferida pela advogada e fonoaudióloga Vilma Okamoto, coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de São Paulo.
Vilma Okamoto afirmou que o ruÃdo é um dos riscos fÃsicos mais presentes nos ambientes do trabalho e pode prejudicar a saúde do empregado. Para ela, o correto diagnóstico da PAIR e o conhecimento sobre os equipamentos de proteção individual (EPIs), são fundamentais para evitar maiores prejuÃzos à saúde do trabalhador.
A profissional destacou que a perda induzida por ruÃdo desenvolve-se lentamente com a diminuição gradual da capacidade auditiva do trabalhador, bem diferente do trauma acústico que chega de repente. Alguns fatores, segundo Okamoto, podem levar à perda auditiva como as caracterÃsticas do ouvido, o tempo de dose de exposição, a suscetibilidade individual, a exposição simultânea a produtos quÃmicos ototóxicos e a exposição simultânea a vibração.
A palestrante apresentou uma experiência inédita realizada em Bruxelas, Bélgica, cuja proposta é de bonificar o trabalhador para que ele atue como agente principal na detecção de ruÃdos no ambiente de trabalho. “A iniciativa permitiu a maior cooperação entre os trabalhadores e os demais profissionais da área de saúde, facilitando a conscientização do risco e o uso do EPI”, ressaltou.
Distúrbios vocais
Vilma Okamoto também falou sobre os distúrbios da voz relacionados ao trabalho. Ela alertou para o fato de o número de trabalhadores com este tipo de problema ter aumentado significativamente nos últimos anos, principalmente em professores e operadores de telemarketing.
A fonoaudióloga reforçou a necessidade de prevenção dos distúrbios por meio do estudo mais aprofundado sobre a produção vocal, higiene, fatores fÃsicos, quÃmicos e ambientais que podem interferir na boa produção da voz. Por fim, deu dicas simples para a higiene vocal: evitar o fumo, bedida alcóolica em excesso, balas, pastilhas e sprays, evitar pigarrear, ar condicionado e hidratar constantemente as cordas vocais.