(14/09/2017)

O terceiro dia do Curso de Formação de Formadores (CFC) da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat) trouxe duas palestras voltadas que trataram das competências para a atividade de supervisão dos Centr_O4A8598os Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejuscs) e dos instrumentos de supervisão e avaliação. O CFC é voltado especialmente para os supervisores dos Cejuscs, unidades que fazem parte da política de conciliação da Justiça do Trabalho.

Competências

A diretora da Secretaria de Planejamento e Gestão do TRT da 12ª Região, Fernanda Gomes Ferreira, primeira palestrante do dia, ressaltou a importância da liderança dos supervisores e sua capacidade de influenciar o grupo em direção aos objetivos. Também explicou a evolução histórica da liderança e assinalou que esta não pertence somente a uma pessoa, mas a todo o grupo.

Outro ponto destacado foi a necessidade de clareza em relação aos cargos e objetivos individuais de cada servidor, que devem se fundir com as metas da organização. “É preciso fazer as pessoas entenderem que elas também atingem seus alvos pessoais quando atingem os objetivos da instituição”, afirmou.

Uma vez que as competências são combinações entre conhecimentos, habilidades e atitudes, algumas características são fundamentais para desempenhar o papel de supervisor, como a escuta ativa, a empatia e o carisma. “A capacidade de ter humildade para escutar o outro ajuda muito o gestor”, afirma Fernanda. “Já o carisma gera confiança e melhora a relação com os conciliadores e mediadores”. Os supervisores também devem estar atentos para o gerenciamento, a transmissão de informações e a tomada de decisões.

Para a palestrante, o supervisor deve estar atento para valorizar o trabalho em grupo, mas equilibrar a variedade de tarefas (para não haver acomodação) e a rotina (para o servidor se identificar com uma tarefa e sentir segurança). Cabe a ele observar também o conflito entre chefias, as responsabilidades mal delegadas, a baixa tolerância ao erro, a insegurança e o exagero na autoridade, que _O4A8606contribuem para a dificuldade na liderança. Para a diretora, os três principais objetivos no trabalho são a realização, a equidade e o grupo.

A palestrante também falou sobre o conflito entre as gerações baby boomer (nascidos nos anos 40 e 50), X (anos 60 e 70) e Y (a partir dos anos 80). Um dos atributos importantes da liderança é saber administrar as diferentes gerações no ambiente de trabalho.

Supervisão e avaliação

Na segunda palestra, a juíza do Trabalho do TRT da 15ª Região Ana Cláudia Torres Viana complementou a anterior, tomando por base sua experiência nas cinco turmas já realizadas no curso de formadores de mediação do Cejusc da 15ª Região. Segundo ela, o primeiro passo (e o mais importante) é a escolha do servidor: a iniciativa de fazer o curso de mediação e conciliação deve partir deste, pois muitos abandonam o curso por falta de interesse quando há imposição das chefias.

De acordo com Viana, o curso de formação dos mediadores conta com um modelo em Educação a Distância (EAD) e estágio. As referências normativas são as Resoluções 125, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e 174, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).

Quando entra na fase do estágio, um mediador em formação é avaliado na condução de uma audiência de conciliação e tem ainda de fazer relatórios sobre o progresso e, por isso, a atenção é fundamental nessa fase. “Muitos alunos se atrapalham, pois é difícil conciliar os relatórios com o estágio“, alertou._O4A8645

A juíza do Trabalho explicou também que o estágio funciona em duplas, organizadas de acordo com as experiências e de forma balanceada, reunindo uma pessoa com experiência em mediação e outra sem. Apesar de trabalharem juntos, os alunos são orientados a trabalhar individualmente.

Uma vez que é função do juiz supervisor orientar e dar segurança aos futuros mediadores, é importante que ele acompanhe as audiências e interfira quando necessário. “Eu mesma quase sempre acompanho, porque os alunos sempre têm muitas dúvidas”, exemplificou.

(Júlia Autuori – estagiária/GR/CF)